Entramos na picape e comecei a dirigir. A mente longe dali.

Mil perdões Galera… eu disse que ia postar no sábado mas minha net simplesmente não colaborou, mas aqui está o Cap 16 pra vcs…

Bora aproveitar pessoal!!!

 

16. Sonhos

 

Eu ainda sentia o formigamento em meu corpo, a excitação pelo toque de nossos lábios. Sentia o calor de sua pele, como se ela ainda me tocasse e meu corpo estremecia, como se estivesse arrepiado. A sensação era maravilhosa, única. Nunca havia me sentido assim.

Tinha conversado com Carlisle e Esme sobre isso, Carlisle tinha facilidade em entender reações humanas, mas eu não estava preparado para isto.

Esses desejos eram intensos demais, agudos, palpáveis.

Eu não conseguia desgrudar de Bella, atento a estrada, mas vidrado nela.

Dirigi com uma mão só, segurando a mão dela no banco do carro. As vezes olhava para o sol se pondo, as vezes pra ela, linda, seu cabelo voando ao vento da janela aberta, nossas mãos juntas.

Liguei o rádio numa estação de músicas antigas e cantei uma canção antiga.

“Você gosta das músicas dos anos cinqüenta?” – ela perguntou.

“As músicas nos anos cinqüenta eram boas. Muito melhor do que as dos anos sessenta e setenta, ugh!” – estremeci – “As dos anos oitenta eram suportáveis”.

“Você vai me contar quantos anos você tem?” – ela perguntou cuidadosamente.

“Isso importa muito?” – sorri.

“Não, mas eu ainda imagino…” – ela fez uma careta – “Não há nada como um mistério não resolvido pra te manter acordada de noite”.

“Eu me pergunto se isso vai te aborrecer” – refleti comigo mesmo. E olhei para o

sol por alguns minutos.

“Me teste” – ela disse.

Suspirei e olhei para seus olhos, eles estavam ternos, curiosos e amorosos. Eu não conseguiria negar mais nada a Bella.

Vislumbrei novamente o sol, que iluminou minha pele e a fez faiscar por um segundo e comecei.

“Eu nasci em Chicago, em 1901”. – olhei para ela com o canto dos olhos, esperando sua reação, porem seu rosto continuava terno, insurpreendido, paciente, então continuei.

“Carlisle me encontrou em um hospital em 1918, eu tinha dezessete anos e estava morrendo com a gripe Espanhola”.

Ela prendeu o fôlego com a revelação e a encarei novamente.

“Eu não me lembro muito bem- já foi há muito tempo e as memórias humanas desaparecem. Eu me lembro de como eu me senti, quando Carlisle me salvou. Não

é uma coisa fácil, algo que você esquece”.

Me lembrei da dor latente em meu corpo, os três piores dias de minha existência.

“Seus pais?”

“Eles já tinham morrido com a doença. Eu estava sozinho. Foi por isso que ele me

escolheu. Como todo aquele caos da epidemia, ninguém se deu conta de que eu tinha desaparecido”.

“Como foi que ele… te salvou?”

Eu precisava ser extremamente cuidadoso com o que revelasse para Bella, ela tinha a mente maravilhosamente rápida e intuitiva. Eu não gostaria de colocar idéias em sua cabeça.

Escolhi cautelosamente as palavras.

“Foi difícil. Nem todos de nós tem controle suficiente pra completar a transição. Mas

Carlisle sempre foi o mais humano, sempre o que teve mais compaixão entre nós…Eu não acho que você encontraria outra pessoa igual a ele em toda a história”. – parei brevemente – “Pra mim foi meramente muito, muito doloroso”.

Assim encerrei este assunto, não queria prolongá-lo, não queria Bella pensando nisso, mas eu tinha certeza que ela pensaria.

“Ele agiu por causa da solidão. Geralmente essa é a razão por trás da escolha. Eu fui o primeiro da família de Carlisle, apesar dele ter achado Esme logo depois. Ela caiu de um abismo. Eles levaram ela direto para o necrotério do hospital apesar de, de alguma forma, o coração dela ainda estar batendo”. – expliquei, sem revelar as razões exatas para Esme ter caído em um abismo.

“Você precisa estar morrendo, então, pra se tornar um…” – Bella parou, deixando a palavra no ar, como se a tivesse pronunciado.

“Não, isso é só com Carlisle. Ele nunca faria isso com alguém que tem outra escolha”. – expliquei – “Contudo, ele diz que é mais fácil, se o sangue estiver mais fraco” – encarei a estrada agora escura, encerrando mais uma vez este assunto.

“E Emmett e Rosalie?” – ela perguntou.

“Carlisle trouxe Rosalie para a nossa família logo depois. Só muito tempo depois eu

percebi que ele esperava que ela fosse pra mim o que Esme era pra ele- ele era

cuidadoso com os seus pensamentos quando estava perto de mim”. – reviirei meus olhos – “Mas ela nunca foi nada além de uma irmã. Foi apenas dois anos depois que ela encontrou Emmett. Ela estava caçando- estávamos em Appalachia nessa época- e encontrou um urso a ponto de acabar com ele. Ela carregou ele até Carlisle, andando por mais de cem quilômetros, com medo de não conseguir fazer sozinha. Só agora eu começo a imaginar como aquela jornada foi difícil pra ela”.

Olhei para Bella, e acariciei sua bochecha com a palma da mão.

“Mas ela conseguiu” – ela me encorajou, desviando o olhar.

“Sim, ela viu alguma coisa no rosto dele que a fez ser forte o suficiente. E eles estão juntos desde então. Mas quanto mais jovens fingimos ser, por mais tempo podemos ficar em um só lugar. Forks parecia ser perfeito, então todos nós entramos na escola” – eu ri – “Eu acho que teremos que ir ao casamento deles daqui á alguns anos, de novo”.

“Alice e Jasper?”

“Alice e Jasper são duas criaturas muito raras. Eles dois adquiriram a consciência, por assim dizer, sem nenhum tipo de ajuda. Jasper pertenceu á outra… família, um tipo de família muito diferente. Ele ficou muito deprimido, e então resolveu vagar sozinho. Alice encontrou ele. Assim como eu, ela tem certos dons fora do comum para a nossa espécie”.

“Mesmo?” – ela pareceu fascinada – “Mas você disse que era o único que podia ler mentes”.

“Isso é verdade. Ela sabe outras coisas. Ela vê coisas- coisas que podem acontecer,

coisas que estão por vir. Mas é muito subjetivo. O futuro não está cravado em uma

pedra. As coisas podem mudar”. – cravei minha mandíbula, pensando em minha promessa interna, de nunca ferir Bella e não fazê-la ser como eu. Não pude olhá-la nos olhos, eu os via vermelho sangue, sedentos, como na visão de Alice.

“Que tipo de coisas ela vê”.

“Ela olhou pra Jasper e soube que ele estava procurando por ela antes que ele mesmo soubesse. Ela viu Carlisle e nossa família e os dois vieram juntos nos encontrar. Ela é sempre mais sensível com os não-humanos. Ela sempre vê, por exemplo, quando outro grupo da nossa espécie está se aproximando. E que tipo de problemas eles podem representar”.

“Existem muitos… da sua espécie?” – ela pareceu surpresa.

“Não, não muitos. Mas a maioria não se firma em um só lugar. Só aqueles como nós,

que desistiram de caçar pessoas”- olhei em sua direção – “podem viver perto de humanos por qualquer período de tempo. Nós só encontramos uma outra família

como a nossa, num pequeno vilarejo no Alaska. Nós vivemos juntos por algum tempo,

mas éramos tantos que começou a dar nas vistas. Aqueles que são…diferentes de nós

costumam formar bandos”.

“E os outros?”

“Nômades, em grande parte. Nós todos já vivemos assim as vezes. Acaba ficando

tedioso, como todo o resto. Mas de vez em quando nós esbarramos uns nos outros,

porque a maioria de nós prefere o Norte”.

“Porque isso?”

Estávamos parados na frente da casa de Bella agora e desliguei a caminhonete. Estava tudo muito quieto e escuro; não havia lua. A luz da varanda estava desligada e Charlie não parecia estar em casa.

“Seus olhos estavam abertos essa tarde?” – zombei – “Você acha que eu poderia andar

numa rua á luz do sol sem causar alguns acidentes de trânsito? Há uma razão pela qual

escolhemos a Península de Olímpic, um dos lugares com menos sol no mundo inteiro.

Você não acreditaria no quanto pode se cansar da noite, depois de oitenta anos”.

“Então é daí que vêm as lendas?”

“Provavelmente.”

“E Alice vem de outra família, como Jasper?”

“Não, isso é um mistério. Alice não se lembra de absolutamente nada da sua vida

humana. E ela não sabe quem a transformou. Ela acordou sozinha. Quem quer que seja

que transformou ela, fugiu, nenhum de nós entende como, ou porque ele fez isso. Se ela

não tivesse essa outra sensibilidade, se não tivesse encontrado Jasper e Carlisle e visto

que poderia se tornar uma de nós, ela podia ter se transformado numa selvagem”.

Neste instante ouvi o estomago de Bella roncar e me senti péssimo.  Era fácil me esquecer de suas necessidades humanas, eu era egoísta o suficiente para querê-la perto de mim em tempo integral.

“Me desculpe, eu estou atrapalhando o seu jantar”. – falei.

“Eu estou bem, de verdade”.

“Eu nunca passei tanto tempo perto de uma pessoa que come comida. Eu esqueci”.

“Eu quero ficar com você”. – ela afirmou.

“Eu posso entrar?” – eu também não queria ter que me separar dela.

“Você quer?” – Bella ficou pensativa.

“Sim, se estiver tudo bem”. – fechei a porta da caminhonete e fui ao lado do passageiro abrir a porta para Bella.

“Muito humano” – lembrou ela.

“Eu estou definitivamente ressurgindo”.

Caminhamos calados, um ao lado do outro. Desta vez eu entraria pela porta da frente e não sorrateiro pela janela. Alcancei a chave embaixo do tapete e abri a porta da frente tão rápido que olhos humanos não acompanhariam. Ela parou a meio caminho da entrada,

“A porta estava aberta?”

“Não, eu usei a chave que tem embaixo do tapete”.

Ela entrou e acendeu a luz da varanda, se virando para me encarar com as sobrancelhas erguidas.

“Eu estava curioso sobre você”. – expliquei, porque eu sabia onde estava a chave.

“Você me espionou?” – ela refletiu com ar lisonjeiro.

“O que mais há pra fazer de noite?”

Ela não respondeu e foi caminhando no corredor até a cozinha, aonde eu cheguei antes dela, me sentando em uma das cadeiras em volta da mesa.

Eu gostava de observá-la cozinhando, mas hoje, ela pegou um pedaço de lasanha e esquentou no microondas.  O cheiro de comida humana não era um dos mais agradáveis pra mim.

A observando ali, fiquei imaginando nós dois juntos, casados. Eu não via o meu futuro diferente do que estar com ela.

“Com que freqüência?”

“Hmmm?” – ela me trouxe a realidade.

“Com que freqüência você vem aqui?”

“Eu venho aqui quase todas as noites”. – assumi.

Ela se virou, aturdida – “Porque?”

“Você é muito interessante quando dorme” – expliquei – “Você fala”.

“Não!” – ela ficou ofegante ruborizando quase que imediatamente; vi que ela se agarrou no balcão da cozinha com força.

“Você está com raiva de mim?”

“Isso depende!” – ela soou como se tivesse levado um soco no estômago.

Eu esperei, mas ela não continuou.

“Do que?” – implorei.

“Do que você ouviu!” – ela respondeu através de um gemido.

Me coloquei ao seu lado com rapidez, segurando suas mãos cuidadosamente nas suas.

“Não fique brava!” – implorei, abaixando meu rosto até o nível dos seus olhos. Ela parecia envergonhada desviando do meu olhar.

“Você sente falta da sua mãe” – sussurrei – “Você se preocupa com ela. E então tem a

chuva, o barulho não te deixa dormir. Você costumava falar muito de casa, mas agora

não é tão freqüente. Uma vez você disse ‘é muito verde'”. – sorri na esperança que ela não se sentisse ofendida.

“Algo mais?” – perguntou.

“Você disse meu nome” – admiti.

“Muito?” – ela suspirou profundamente.

“O que exatamente você quer dizer com ‘muito’?”

“Oh, não!” – ela abaixou a cabeça envergonhada e eu a puxei para meus braços, suavemente.

“Não fique constrangida” – sussurrei em seu ouvido – “Se eu pudesse sonhar, eu

sonharia com você. E eu não me envergonho disso”.

Então nós dois ouvimos os barulhos dos pneus na calçada de tijolos, vimos os faróis

brilharem pela janela da frente, no corredor perto de nós. Ela enrijeceu nos meus braços.

“Seu pai deve saber que eu estou aqui?” – perguntei.

“Eu não tenho certeza…”

“Outra vez então”.

E me retirei.

“Edward!” – ela chamou.

Soltei um riso fantasmagórico para ela, divertindo-me.

Charlie entrou na casa.

Eu me escondi no quarto de Bella, me desligando um pouco da conversa no nadar de baixo.

O quarto ainda era o mesmo. Eu estranhava a bagunça de Bella, por ela ser uma menina tão organizada mentalmente, aquilo me parecia desproporcional a sua personalidade.

Agachei próximo aos seus livros, folheando algumas páginas, imaginando o que ela sentia ao ler… meus pensamentos perdidos nos acontecimentos desta tarde.

Alice havia me mostrado o que aconteceria na clareira e eu mesmo ansioso, mas os novos sentidos do meu corpo e da minha mente me deixavam ainda mais em alerta.

Não sei controlar minhas reações humanas, tão fortes ou ainda mais intensas que minha natureza de vampiro.

Eu devia pensar antes de agir, ser mais racional.

O cheiro de Bella estava em mim, inalei profundamente, sentido o aroma no ar. Estar no seu quarto não me ajudava muito a ser racional. Eu queria poder buscá-la na cozinha, aninhá-la em meu peito e não largá-la nunca mais. Eu queria Bella integralmente junto a mim.

A ausência nesses poucos minutos, já me faziam falta.

Me distrai novamente com a coleção de CDs de Bella.

Ouvi o barulho de pratos no andar de baixo e escutei Bella e Charlie.

“Com pressa?” – Charlie perguntou e eu sorri pra mim mesmo.

“É, eu tô cansada. Vou dormir mais cedo”.

“Você parece bem disposta”.

“Pareço?” – Bella perguntou evasiva. Eu conseguia imaginar a sua expressão cuidadosa,

“É Sábado” – ele zombou – “Não tem planos pra essa noite?”

“Não, pai, eu só quero dormir um pouco”.

“Nenhum dos garotos da cidade faz o seu tipo, né?”

“Não, nenhum dos garotos chamou minha atenção ainda”.

“Eu pensei talvez que Mike Newton…você disse que ele era amigável”

Mike Newton! Até Charlie pensou em Mike Newton. Se eu não fosse tão correto, sumia com ele de Forks. Assustava a família, fazia eles se mudarem. Há! Eu ri de mim mesmo.

“Ele é só um amigo, pai!”

“Bem, de qualquer forma, você é boa demais pra eles. Espere pra entrar na faculdade

antes de procurar”.

“Parece uma boa idéia pra mim”  – ouvi Bella subir as escadas.

“Boa noite, querida”

“Te vejo de manhã, pai”.

Ela fechou a porta do quarto com força suficiente para fazer Charlie ouvir e então foi na ponta dos pés até a janela, colocando a cabeça pra fora dentro da noite.

“Edward?” – ela sussurrou.

“Sim?” – respondi num tom brincalhão.

Ela se virou surpresa, colocando uma das mãos sobre a garganta.

Eu estava deitado na sua cama, com um sorriso no rosto, as mãos atrás da cabeça.

“Oh” – ela respirou caindo no chão sem equilíbrio.

“Me desculpe” – apertei os lábios para não soltar outro riso.

“Só me dê um segundo pra acalmar meu coração”.

Eu me sentei devagar para não assustá-la, a segurei com uma das mãos e a sentei ao meu lado.

“Porque você não senta comigo?” – sugeri, colocando minha mão sobre a dela – “Como está o coração?”

“Me diga você- com certeza você consegue ouvir melhor do que eu”.

Soltei um riso silencioso que balançou a cama. Nós ficamos sentados por um momento em silêncio, os dois escutando as batidas do coração de Bella desacelerarem.

“Posso ter um minuto pra ser humana?” – ela pediu.

“Certamente” – fiz um gesto com as mãos pra que ela seguisse em frente.

“Fique” – ela me ordenou. .

“Sim, madame”. – me tornando imóvel a beira da cama.

Ela se levantou, pegando o pijama do chão, a bolsa de utilitários em cima da mesa, saiu deixando a luz desligada e fechando a porta.

A ouvi bater a porta do banheiro com força, talvez um aviso para Charlie não precisar  incomodá-la.

Ouvi a água do chuveiro caindo sobre o corpo de Bella e evitei imaginar muito. Ela não demorou, mas estava tensa.

Eu podia ouvir as coisas caindo no cômodo ao lado, sua pulsação acelerando e acalmando frenética. Se eu tivesse pulsação, ficaria do mesmo jeito perto dela.

Ela desligou o chuveiro e minutos depois ouvi seus passos na escada.

“Boa noite, pai”.

“Boa noite, Bella”.

Ela subiu as escadas novamente, sorrateira e voltou ao quarto.

Eu continuava na mesma posição, não me incomodava não me mover. Na verdade, eu precisava me lembrar de me movimentar as vezes, para os humanos não estranharem.

Ela sorriu para mim e eu lhe devolvi o gesto.

A examinei atentamente, linda. O cabelo molhado, o pijama velho, o cheiro.

“Legal”. – disse erguendo uma sobrancelha e ela fez uma careta.

“Não, fica bem em você”.

“Obrigada”, ela sussurrou voltando para junto de mim e cruzando as pernas sobre a cama.

“Pra quê foi tudo isso?” – perguntei.

“Charlie acha que eu vou fugir no meio da noite”

“Oh” – analisei – “Porque?” – perguntei, já conhecendo a resposta.

“Aparentemente, eu estou excitada demais”.

Levantei seu queixo, olhando para seu rosto.

“Na verdade, você parece muito quente”.

Abaixei meu rosto para o seu e encostei minha bochecha na pele quente e úmida dela. Ela permaneceu imóvel.

“Mmmmmm…” – respirei.

“Parece ser… muito mais fácil pra você, agora, ficar perto de mim”.

“É isso que parece pra você?” – perguntei, passando o nariz por sua mandíbula, colocando o seu cabelo molhado pra trás, para que meus lábios pudessem tocar a parte de baixo da sua orelha.

“Muito, muito mais fácil” – ela disse, tentando respirar.

“Hmm”. – a sensação e o cheiro eram maravilhosos.

“Então eu estava imaginando…” – ela iniciou.

Meus dedos estavam traçando a o desenho de sua clavícula. Ela não continuou.

“Sim?” – sussurrei.

O toque de sua pele me deixava inebriado, tonto.

“Porque?” – sua voz tremeu – “É assim?”

“Não se importe” – respondi, minha voz tremula.

Bella se inclinou pra trás, e eu congelei, parando de respirar.

Nós olhamos cuidadosamente um para o outro por um momento e comecei a relaxar ainda um pouco confuso.

“Eu fiz alguma coisa errada?” – perguntei, Bella estava tremula, os braços tensos, a respiração pesada.

“Não- pelo contrário. Você está me deixando louca” – explicou.

Considerei isso por alguns segundos, o que queria dizer que meus instintos humanos estavam em ordem e que ela se sente da mesma forma que eu. E que eu provavelmente, estava fazendo tudo certo.

“Mesmo?” – me senti satisfeito com a revelação, um sorriso no rosto.

“Você gostaria de uma salva de palmas?”, ela perguntou sarcasticamente.

Dei uma gargalhada em resposta.

“Eu só estou agradavelmente surpreso” – esclareci – “Nos últimos cem anos mais ou

menos” – zombei – “Eu nunca imaginei uma coisa assim. Eu nunca imaginei que

encontraria uma pessoa que quisesse ficar comigo…sem contar meus irmãos e irmãs.

Então eu descobri, apesar de ser novo nisso, que eu sou bom…em estar com você…”

“Você é bom em tudo” – ela afirmou.

Levantei os ombros, já acostumado aos comentários de Bella e nós dois rimos baixinho.

“Mas como é que pode ser tão fácil agora?”, ela pressionou. “Essa tarde…”

“Não é tão fácil” – suspirei – “Mas essa tarde eu ainda não estava…decidido. Me

desculpe por aquilo, foi imperdoável eu ter me comportado daquela forma”.

“Imperdoável não” – ela discordou.

“Obrigado” – sorri – “Entenda” – continuei olhando pra baixo – “Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente…” – peguei uma de suas mãos e pressionei contra o meu rosto – “E enquanto houvessem possibilidades de eu ser…superado”- aspirei o cheiro do seu pulso- “Eu estava… suscetível. Até que eu me convencesse de que era forte o suficiente, não haviam possibilidades de que eu pudesse… que eu fizesse…”

Eu não conseguia achar as palavras, eu não sabia como descrever, me sentia confuso.

“Então existe uma possibilidade agora?” – ela perguntou.

“Veremos o que acontece” – eu disse, sorrindo.

“Uau, isso é fácil” – ela disse.

Fácil! Eu ri baixo, jogando minha cabeça pra trás.

“Fácil pra você” – emendei, tocando o seu nariz com a ponta do dedo.

Meus pensamentos se perderam na visão de Alice de novo. Não era tão fácil estar perto de Bella, mas quanto mais tempo perto, eu me sentia mais forte. Eu não a colocaria em perigo e se houver um pingo de possibilidade de isso acontecer, eu posso ir… embora.

“Eu estou tentando” – sussurrei seriamente, um nó na garganta – “Se for… demais, eu tenho quase certeza que sou capaz de ir embora.”

Ela fez uma careta.

“Vai se mais difícil amanhã” – continuei – “Eu fiquei com o seu cheiro na minha cabeça o dia inteiro, e acabei perdendo a sensibilidade. Se eu me afastar de você por qualquer período de tempo, eu vou ter que começar tudo de novo. Não exatamente do início, eu acho”.

“Então, não vá embora” – ela respondeu imediatamente, sem esconder o desejo em sua voz.

“Isso seria bom pra mim” – respondi gentilmente – “Traga as suas algemas- eu sou seu prisioneiro”

Fechei meus dedos como algemas em volta de seus pulsos e sorri baixo novamente.

“Você parece mais… otimista do que o normal” – ela observou – “Eu nunca te vi assim antes”.

“Não é assim que deve ser?” – sorri – “A glória do primeiro amor, e isso tudo. Não é

incrível, a diferença entre ler sobre uma coisa, ver em fotos, e experimentá-la?”

“Muito diferente” – ela concordou – “Mais substancial do que eu pensava”.

“Por exemplo, o sentimento do ciúme. Eu já li sobre isso milhares de vezes, já vi atores interpretando em milhares peças e filmes diferentes. Eu achei que compreendia esse sentimento muito bem. Mas ele me chocou…” – fiz uma careta – “Você se lembra daquele dia que Mike te convidou para o baile?”

Ela afirmou com a cabeça -“O dia que você começou a falar comigo de novo”.

“Eu me surpreendi com a pontada de ressentimento, quase de fúria, que eu senti naquele momento eu não reconheci. Eu estava mais nervoso que o normal e eu não

conseguia saber o que você estava pensando, porque você havia recusado o convite. Era

simplesmente pra preservar a amizade? Era alguma outra coisa? Eu sabia que de qualquer jeito eu não tinha o direito de me importar. Eu tentei não me importar. E então a fila começou a se formar” – eu gargalhei. Ela me encarou zangada para a escuridão.

“Eu esperei, razoavelmente ansioso pra ver o que você diria pra eles, pra ver as suas

expressões. Eu não conseguia negar o alivio que estava sentindo, vendo a fúria no seu

rosto. Mas eu não podia ter certeza.

“Aquela foi a primeira noite que vim aqui. Eu lutei a noite inteira, enquanto via você

dormindo, com a brecha entre o que eu sabia que era certo, moral, ético, e o que eu

queria.”

“Eu sabia que se eu te ignorasse como devia, ou se fosse embora por alguns anos, até

que você fosse embora, você algum dia diria sim á Mike, ou alguém como ele. Isso me

deixou com raiva.

“E então” – sussurrei – “Você falou meu nome enquanto dormia. Você falou tão claramente, que no início eu pensei que você tivesse acordado. Mas você virou para o

lado e murmurou meu nome mais uma vez, e suspirou. O sentimento que passou no meu

corpo nessa hora me deixou enervado, vacilante. E eu sabia que não podia mais te ignorar”.

Fiquei em silêncio, o coração de Bella acelerou descompassado.

Eu estava agitado ainda.

“Mas ciúme… é um sentimento estranho. Muito mais poderoso do que eu tinha imaginado. E irracional! Agora mesmo, quando Charlie te perguntou sobre Mike

Newton…” – balancei a cabeça com raiva.

“Eu devia saber que você estaria escutando” – ela gemeu.

“É claro”.

“No entanto, aquilo te deixou com ciúmes?”

“Eu sou novo nisso tudo; eu estou ressuscitando o humano que existe em mim, e tudo é

mais forte porque é tão novo”.

“Mas honestamente” – ela zombou – “Você ficou com ciúmes disso, depois que eu tive que ouvir que Rosalie -Rosalie a encarnação pura da beleza – foi feita pra ficar com você. Com Emmett ou sem Emmett, como é que posso competir com aquilo?”

“Não há competição”. – sorri, colocando suas mãos ainda presas atrás das minhas costas e a apertei contra meu peito. Eu fiquei rígido, controlando a respiração.

“Eu sei que não há competição” – ela murmurou em meu peito – “Esse é o problema”.

“É claro que Rosalie é linda do jeito dela, mas mesmo se ela não fosse minha irmã,

mesmo se ela não estivesse com Emmett, eu não sentiria por ela nem um décimo, nem

um centésimo da atração que eu sinto por você” – respondi sério – “Por quase noventa anos eu estive andando entre a minha espécie, e a sua… todo o tempo pensando que estava bem sozinho, sem saber o que eu estava procurando.”

“E sem encontrar nada, porque você ainda não estava viva”. – acrescentei.

“Não parece muito justo” – ela sussurrou, seu rosto em meu peito – “Eu não tive que esperar. Porque eu posso me safar tão facilmente?”

“Você está certa” – lhe disse divertido – “Eu definitivamente devia tornar as coisas mais

difíceis pra você” – liberei seu pulso e os prendi com uma das mãos, deixando a outra livre. Alisei seu cabelo molhado suavemente, do topo da cabeça até a cintura – “Você só tem que arriscar a sua vida a cada segundo que passa comigo, isso com certeza não é muito. Você só tem que virar as costas para a sua natureza, a sua humanidade… quanto isso vale?”

“Muito pouco- eu não me sinto privada de nada”

“Ainda não”. – respondi aflito.

Se ela correr esse risco e eu a transformá-la, tendo que virar as costas para seus amigos ou até mesmo com a sede de uma recém nascida. Não creio que ela pensará da mesma forma.

Bella fez força para afastar-se de mim, mas não conseguiu.

“O que-” – ela começou a perguntar, mas não prestei muita atenção.

Charlie estava indo dormir, seus pensamentos presos em Bella.

“Uma adolescente normal, estaria na rua se divertindo, teria pulado a janela. Será que ela esta bem?” – seus pensamentos confusos.

Soltei suas mãos e saí de perto de Bella como um raio, me escondendo na escuridão e ficando imóvel, ela se desequilibrou e eu ordenei que se deitasse.

Ela rolou pra baixo do edredom, virando de lado, do jeito que eu a vejo dormir.

Eu ouvi a porta se abrir, enquanto Charlie colocou a cabeça pra dentro pra ver se ela estava lá como deveria estar. Ela respirou uniformemente, exagerando o movimento.

“Dormindo… eu devia acreditar mais em Bells” – Charlie fechou a porta cuidadosamente – “Cama…” – os pensamentos de Charlie sempre conciso, preocupados e curtos.

Mal fechou a porta e eu estava deitado ao lado de Bella, por baixo da coberta, meus

lábios em seu ouvido.

“Você é uma péssima atriz- eu diria que essa carreira está fora de cogitação pra você”.

“Droga” – ela murmurou, o coração batendo com força no peito.

Sussurrei em seu ouvido a canção de ninar de Bella, que ela ainda não conhecia, eu parei.

“Será que eu devo cantar pra você dormir?” – perguntei.

“Certo” – ela sorriu – “Como se eu conseguisse dormir com você aqui!”.

“Você faz isso o tempo inteiro” – lembrei.

Mas eu não sabia que você estava aqui” – ela replicou friamente.

“Então, se você não quer dormir…” – falei sugestivamente e sua respiração parou.

“Se eu não quero dormir…?”

“O que você quer fazer então?” – eu gargalhei.

Levou um minuto para ela responder.

“Eu não tenho certeza” – disse.

“Me avise quando você se decidir”.

Respirei no seu pescoço quente, o nariz percorrendo sua mandíbula, inalando seu cheiro. Era inebriante, viciante. Eu me sentia cada vez mais atraído pela sua pele, pelo seu toque. O pulsar do seu sangue quente em seu pescoço…. o perfume era o mais delicioso que já senti.

“Eu pensei que você estivesse sem sensibilidade”.

“Só porque eu estou resistindo ao vinho, não significa que eu não posso apreciar sua

fragrância” – suspirei -“Você tem um cheiro muito floral, como lavanda… ou fresia”, – expliquei – “É de dar água na boca”.

“É, é praticamente um feriado quando não tem alguém me dizendo o quanto eu sou

apetitosa”.

Gargalhei e então suspirei.

Eu precisava controlar melhor as palavras.

“Eu decidi o que quero fazer” – ela me disse – “Eu quero ouvir mais sobre você”.

“Me pergunte qualquer coisa”.

“Porque você faz isso?” – ela disse – “Eu ainda não entendo como você pode resistir tanto a quem você…é. Por favor, não entenda mal, é claro que me alegra que você faça isso. Eu só não entendo porque você se incomoda”.

Hesitei antes de responder, procurando as palavras – “Essa é uma boa pergunta, e você não é primeira a fazê-la. Os outros – a maioria da nossa espécie está contente do jeito que as coisas são pra eles -eles também se perguntam como nós vivemos. Mas, veja, só porque nós estamos…mortos de certa forma… isso não significa que nós não possamos escolher ser melhores- tentar cruzar as barreiras do destino que nós não escolhemos. Podemos tentar reter o pouco de humanidade que ainda existe dentro de nós”.

Ela permaneceu parada, em silêncio.

Não era natural de Bella manter-se sem fazer perguntas.

“Você dormiu?” – sussurrei depois de alguns minutos.

“Não”

“Você só estava curiosa pra saber isso?”

“Não exatamente” – ela rolou os olhos.

“O que mais você quer saber?”

“Porque você consegue ler mentes- e só você? E Alice ver futuro? Como isso acontece?”

“Nós realmente não sabemos. Carlisle tem uma teoria… ele acredita que todos nó temos alguma coisa em nossa vida humana que era muito forte, e que quando trazemos essa coisa para a nossa outra vida, ela é intensificada- como nossas mentes e os nossos sentidos. Ele acha que eu já devia ser sensível aos pensamentos das pessoas ao meu redor. E Alice tinha previsões, onde quer que ela estivesse”.

“O que ele trouxe para a próxima vida? E os outros?”

“Carlisle trouxe sua compaixão. Esme trouxe a sua capacidade de amar apaixonadamente. Emmett trouxe sua força, Rosalie a sua…tenacidade. Ou será que eu

devo chamar de cabeça dura?” – gargalhei -“Jasper é muito interessante. Ele era muito carismático em sua primeira vida, capaz de influencias as pessoas ao seu redor a ver as coisas da sua maneira. Agora ele é capaz de influenciar as emoções das pessoas que estão ao seu redor- acalmar uma sala cheia de pessoas raivosas, por exemplo, ou excitar uma multidão letárgica. É um dom muito súbito.”

Ela ficou em silencio novamente, com certeza formulando tudo em sua cabeça.

“Então como isso tudo começou? Quer dizer, Carlisle mudou você, e então ele deve ter

sido mudado por alguém, e assim por diante…”

“Bem, de onde você veio? Evolução? Criação? Será que nós não podemos ter nos desenvolvido da mesma forma que as outras espécies, predador e presa? Ou, se você

não acredita que esse mundo inteiro surgiu do nada, como eu mesmo acho difícil de

acreditar, será que não dá pra você acreditar que a mesma força maior que criou o peixe

anjo e o tubarão, eu o golfinho e a baleia assassina, tenha também criado também nossas

duas espécies?”

“Me deixe entender isso direito- eu sou o golfinho, não é?”

“É”. – sorri, tocando de leve meus lábios em sua cabeça.

Senti a hesitação de Bella com o toque, mas ela permaneceu imóvel.

“Você está pronta pra dormir?” – interrompendo o breve silêncio – “Ou você tem mais perguntas?”

“Um milhão ou dois”

“Nós temos amanhã, e o dia depois, e o dia depois…” – lembrei. Ela precisava descansar.

“Você tem certeza que não vai desaparecer de manhã?” – ela perguntou preocupada – “Afinal de contas, você é uma criatura mística”.

“Eu não vou te deixar” – prometi.

“Só mais uma, então, por hoje…”. – eu não precisava olhar no rosto dela pra saber que ela corou, senti o calor de sua pele e o cheiro do movimentar frenético de seu sangue em suas veias.

“O que é?”

“Não, esqueça. Eu mudei de idéia”.

“Bella, você pode me perguntar qualquer coisa”.

Ela não respondeu e eu gemi. Já era terrivelmente frustrante não conhecer seus pensamentos.

“Eu fico pensando que vai ser menos frustrante, não ouvir os seus pensamentos. Mas

então fica pior e pior”.

“Eu me alegro que você não possa ouvir meus pensamentos. Já é ruim o suficiente que

você ouve o que eu falo no sono”.

“Por favor?” – eu sabia que estava jogando pesado, usando um tom mais persuasivo possível.

Bella balançou a cabeça negativamente.

“Se você não me contar, eu vou simplesmente pensar que é muito pior do que realmente

é” – ameacei -“Por favor?” – implorei.

“Bem…” – ela começou, o sangue lhe subindo no rosto novamente.

“Sim?”

“Você disse que Rosalie e Emmett vão se casar logo… esse… casamento… é como é para

os humanos?”

Eu ri silenciosamente, compreendendo – “É lá que estamos chegando?”

Ela se mexeu, sem responder.

“Sim, eu acredito que é a mesma coisa” – disse – “Eu te disse, a maioria desses desejos

humanos estão lá, só que estão escondidos por desejos muito mais fortes”.

“Oh” – ela balbuciou.

“Qual é o propósito por trás da sua curiosidade?”

“Bem , eu me pergunto… sobre você e eu… algum dia…”

Eu travei. Eu sabia dos meus desejos por Bella e tinha certeza absoluta do perigo real que ela corria se…. só…. tentássemos algo do tipo.

Isso eu teria que controlar. Nós nunca… não.

Tudo é tão forte para nós… vampiros…. muito intenso. Bella tão… frágil… ela não resistiria… eu…. nunca, NÃO.

 

“Eu não acho que… que… seria possível pra nós”.

“Porque seria demais pra você, se estivéssemos tão…perto?”

“Isso certamente seria um problema. Mas não era nisso que eu estava pensando. É só

que você é tão delicada, tão frágil. Eu tenho que comandar todas as minhas ações

quando estou perto de você pra não te machucar. Eu poderia te matar tão facilmente,

Bella, simplesmente por um acidente” – murmurei.

Coloquei minha palma em sua bochecha. “Se eu estivesse muito ansioso… se por um segundo eu não estivesse prestando atenção o suficiente, eu poderia avançar, querendo tocar seu rosto, e amassar o seu crânio por engano. Você não se dá conta do quanto é quebrável. Eu não posso me dar ao luxo de perder o controle quando estou perto de você”.

Esperei que ela respondesse, mas ela se calou.

Eu não conhecia seus pensamentos, me senti aflito.

“Você está com medo?” – perguntei.

“Não, eu estou bem” – ela respondeu.

Pensei por um momento – “Contudo, eu estou curioso. Você já…?” – parei sem saber se eu gostaria da resposta.

“É claro que não, eu te disse que nunca senti isso por ninguém antes, nem perto”.

“Eu sei. É só que eu sei os pensamentos das outras pessoas. E amor e luxúria nem

sempre andam acompanhados”.

“Pra mim andam. Agora, de qualquer forma, que isso existe pra mim” – ela suspirou.

“Isso é bom. Pelo menos, temos uma coisa em comum” – fiquei satisfeito e aliviado.

“Seus instintos humanos…” – ela começou – “Bem, você se sente atraído por mim, nesse sentido, de alguma forma?”

Eu sorri.

“Eu posso não ser humano, mas eu sou homem” – afirmei.

Ela bocejou.

“Eu respondi todas as suas perguntas, agora você devia ir dormir” – insisti.

“Eu não tenho certeza se consigo”.

“Você quer que eu vá embora?”

“Não!” – ela respondeu alto.

Sorri e recomecei a sussurrar sua canção de ninar em seu ouvido.

Em alguns minutos, ela caiu num sono profundo em meu braços.